A FILA ANDA – Apresentação do 12o e-book -
Euna Britto de Oliveira

Ele era um homem.
Ele foi um grande homem.
Sobretudo, um grande poeta!
Nascido em Portugal, Cidadão do Mundo.
Quando nasci, ele já havia falecido.
Desencontramo-nos?...
— Não!
Encontrei-me com ele na Poesia.
Grande Fernando, do "Mar Português"!...
Ele deixou escrito, no poema que transcrevo para a
Apresentação do meu 12º e-book – A FILA ANDA!... – exatamente o que eu teria a dizer!
A sua sensibilidade o atualiza no coração de cada um de
seus leitores e admiradores!...
Afinidade, sensibilidade, identidade de muitos sentimentos...
É o que se sente, quando se lê Fernando Pessoa.
Copiado aqui, o poema a que me refiro, para a apreciação de
quantos lerem esta página.
Meus sinceros agradecimentos e
votos de bom proveito
dos momentos de leitura!...
Felicidades!
Agradecimentos especiais ao caríssimo Sr. Dirceu Guedes Ramos, mineiro
residente no Rio de Janeiro, ex-Combatente... que me enviou cópia do mesmo poema,
junto a uma carta incentivadora, depois de me honrar com a leitura do meu
livro – TRILHOS.
Guardo suas palavras e a cópia desse poema, que até então eu desconhecia,
na memória, no coração e no meu arquivo de escritos especiais.
Obrigada
Euna Britto de Oliveira
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FERNANDO PESSOA - (1888 - 1935)
(Em Poemas de Alberto Caeiro)
Da mais alta janela da minha casa
Com um lenço branco digo adeus
Aos meus versos que partem para a humanidade.
E não estou alegre nem triste.
Esse é o destino dos versos.
Escrevi-os e devo mostrá-los a todos
Porque não posso fazer o contrário
Como a flor não pode esconder a cor,
Nem o rio esconder que corre,
Nem a árvore esconder que dá fruto.
Ei-los que vão já longe como que na diligência
E eu sem querer sinto pena
Como uma dor no corpo.
Quem sabe quem os lerá?
Quem sabe a que mãos irão?
Flor, colheu-me o meu destino para os olhos.
Árvore, arrancaram-me os frutos para as bocas.
Rio, o destino da minha água era não ficar em mim.
Submeto-me e sinto-me quase alegre,
Quase alegre como quem se cansa de estar triste.
Ide, ide de mim!
Passa a árvore e fica dispersa pela Natureza.
Murcha a flor e o seu pó dura sempre.
Corre o rio e entra no mar e a sua água é sempre a que foi sua.
Passo e fico, como o Universo.
Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.