SÓ DEUS SABE

Celeste Aída de Assis Foureaux

Às vezes me sinto assustada
Com coisas que me acontecem
Como uma noite estragada
Por notícias que entristecem.
Eu, vendo televisão e tecendo
E nem quero mais lembrar
O que foi acontecendo.
Um barranco desabou
De tanta chuva que veio
E fiquei muito abalada
Corpos cobertos, pés para fora
E dois deles calçados, no meio.
Tentei dormir, rezei, sofri... e agora?
E já que não tinha mais jeito
Levantei-me sonolenta para nada
Assim... com um aperto no meu peito
Fui escrever e mergulhei na madrugada
Depois voltei, dormi, acordei sem rumo.
Olhei o papel, tudo escrito, notei assustada!
Coloquei a mente no prumo,
Comecei a busca. Ação sem efeito!
Não sei de onde veio o poema
Era como se garimpasse meu peito!
E sem encontrar uma resposta,
Tornei público o meu problema
E todo mundo lê e gosta
E eis aí o meu dilema:
Alma do Morro - será que ela veio?-
Ditou o que queria naquele instante?
Nunca saberei e nunca senti medo.
Parece que agradei bastante,
Pois guardei o nosso segredo...
Enquanto deu para guardar.
Perigo de alguém saber quem é
Não há, pois também não sei falar.
Talvez aquela fosse uma história
Que há muito queria contar.
Usou-me e partiu para o reino da Glória!


Celeste 29/11/2005

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.