Sonoterapia através de um vaga-lume

Euna Britto de Oliveira

Deus teve a idéia,
tomou a iniciativa de permitir
que um vaga-lume entrasse
no quarto do sítio
em que dormíamos
ou deveríamos estar dormindo...

Só assim,
com essa inesperada e benfazeja visita,
depois de inúmeras e infrutíferas tentativas,
depois de desafiar minha criatividade
para confortar criança,
consegui acalentar quem acordou chorando,
no meio da noite,
desconsolado,
querendo a mãe!...

O providencial vaga-lume
ora acendia
ora apagava
seu farolzinho!...

Procurei chamar a grande atenção do pequeno
para o minúsculo vaga-lume.
Até que enfim!...
Sucesso!!!
No que esperava a próxima mini-iluminação,
em incerto ponto
no escuro do quarto,
o menino se esqueceu do choro,
e adormeceu...
Dois anos de idade.
Primeira separação da mãe.

Não adiantou tentar lhe contar a estória dos 3 porquinhos...
Não adiantou lhe mostrar o ventre
em que sua mãe foi gerada...
Quis nem saber!...
Queria porque queria a mãe,
a 74 quilômetros de distância.
E eu ali, a seu lado, na cama,
sem nenhuma serventia.
O vaga-lume serviu mais que eu!
Foi o entretenimento mais barato
e mais providencial que vi nos últimos tempos!...
Uma luzinha de emergência!
Quase sobrenatural.
Quase?...

Sítio Pequeno Príncipe, 25/10/2005 --------------------------------------------------------------------
Para o menino ler um dia,
quando crescer!...

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.