Plenitude

Euna Britto de Oliveira

Ninguém é completo o tempo inteiro.
Como cadeiras, existimos,
Ocupados ou vazios...
Vazio é um estado passageiro.
Ocupado é um estado passageiro.
Tudo é passageiro,
Nesta vida que passa ligeiro.
É só não estranharmos.
Na hora do vazio, é o vazio.
Nas horas plenas, a sensação de tudo bem,
Tudo azul, tudo ótimo!
Endorfina, serotonina...

Mas não é assim o tempo inteiro.
Pra ninguém.
Esperar que a terra dê suas voltas ao redor do sol,
Que a lua dê suas voltas ao redor da terra,
Que os ponteiros dos relógios dêem suas voltas ao redor dos doze numerais...
Esperar sem revolta.

Enquanto isso,
Constatar que há quem chova e não molhe.
Contentar com quem fala, quem mente, quem desmente, quem olha...

Gosto de viver!
Gosto de crer pra ver!
E verei!
E terei!
Sei que não sei.
Mas quem sabe fura a fila
E me segreda ao ouvido
Que existe uma Lei!
Cumpra-se!
Estou munida de esperas...
A Esperança lava meus cabelos
E me retoca da cabeça aos pés...
Deus é muito cuidadoso!
Puxa!!!...
Como Deus é amoroso!...

BH, 23/12/03.
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Ilustração: Teatro José de Alencar - Fortaleza - Ceará - Brasil

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.