Pistache

Euna Britto de Oliveira

Pisca uma estrela no céu,
o sinal de trânsito pisca,
arrisca-se uma boa idéia,
risca-se a aula da tarde,
um convite me belisca...
Sinal verde!
A praça é redonda como uma praça na memória.
A mesa também é redonda.
Creme de esperança e gelo,
leve história diluída,
disfarçadas calorias esquentam
a doce e verde comemoração
disso que se chama vida!
Decodifico o sorvete,
desmitifico o não-verde.

Escrevo para lembrar,
porque tudo logo vira passado,
lembrança.
Futuro é só esperança.
Presente é passo a passo,
pé-ante-pé,
cuidados,
administração das coisas
de que o mundo é feito:
Espaço e tempo.

Às vezes, eu jogo horas na máquina do tempo,
só para ganhar um momento.
Há momentos preciosos,
que não relato nem esqueço,
e me movem.
Há perdidos momentos de que nem me lembro,
frios,
vazios,
que me param.

Cor de vinho tinto é o sorvete de açaí.
Na química das cores e sabores,
a minha vontade flutua.
Esparso,
escasso sorvete,
com cobertura
de ternura...

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.