INTERDITO

Aldo Brandão

De tudo

que não se diz

calou em mim a sua imagem

a sorrir

desafiando meu olhar cansado

contradizendo

minhas palavras claras

não proferidas por

já não saber

se você

ou meus olhos tristonhos

violaram sonhos

que nem ouso ter.



De tudo

que não convinha dizer

lembro do silêncio

confuso

furtando a certeza

que lhe fora dada

sem ser proclamada,

para não me ver

no abismo

desse olhar difuso,

perdido

entre palavras frágeis,

que suas verdades

ditam para você.



De tudo

que não pôde ser dito,

não quero me lembrar de nada:

alheio a qualquer palavra,

grito!

Sem me preocupar com a estrada...

(que ela seja apenas rastro,

comparsa desse interdito)

passo.

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.