Cálice

Euna Britto de Oliveira

Bato em retirada,
que essa guerra não é minha!
“Filhinhos-do-papai” podem tanto,
mas não podem abreviar meu canto!
Viajo numa flauta de bambu...

O homem capinou a barba,
que lhe dava ar de desgosto
e aparência de Conde,
coisa que não é.
Capino os erros do texto
para entregá-lo limpinho,
em endereço incerto,
seja de homem ou mulher...

Essa música que só eu escuto
mexe com minha emoção,
é um bolero...
As coisas que não amo,
com muito custo,
tolero!...

A farda do general tem brilhos,
mas não é minha.
Prefiro a fantasia,
que alegra quem não caminha.
Há gente amarrada na cama,
sem cordas.
Concordas?...
Gente que fica feliz
com a visita da Alegria!

No balé das ondas,
baleias e sereias,
mulheres nem sempre esbeltas,
homens mal feitos,
e atletas!...

No balcão de corais,
uma boca fosca me acertou um beijo,
e disse:
— "Cale-se! Escolha entre o licor e a cachaça!
E sorva devagarinho o seu cálice!..."
Ignorei.

Tomo, às refeições,
pequena dose
de vinho tinto seco.
Não que eu goste!
É que faz bem ao coração.

Há os que morrem de "overdose"...
Por causa desses,
o mundo tem mais lamentos...
Não me cabe o julgamento.
Respeito.
Permaneço.
Não me retiro.
Se houver sentença, não será a minha.
Todo mundo sabe de Quem é!
Sim!
É do Mesmo que fez a Vida
e se reserva o Direito de tirá-la.
Só d´Ele!

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.