Frio

Euna Britto de Oliveira

A força do vento me reveste como uma luva.
O corpo sente frio,
a alma, calafrio.

Em lugares ermos moram palavras dúbias,
agrados falsos,
palavras cortantes,
punhais!...

Preso, dentro do quarto escuro,
um vaga-lume acende e apaga,
sinaliza : — Pode!

Isso foi ontem.
Hoje,
— Não pode!
Há qualquer coisa no ar
que me manda ficar,
que me diz pra não seguir...

Há movimentos absurdos no mundo!...
Um deles é o de carros que só levam um passageiro,
enquanto a maior parte da humanidade corre,
esforça-se, pra chegar ligeiro,
mas não chega!
Vai a pé!!!...

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.