Vou lá fora ver a vontade do dia!...

Euna Britto de Oliveira

Confortavelmente instalada em mim mesma
Olho com carinho as lesmas e as tartarugas do caminho
Ouvi de um engenheiro que antes do cimento
Era óleo de baleia que usavam nas construções
De grossíssimas paredes
E na antiga iluminação das ruas das cidades sem eletricidade
Indignada imagino quantas baleias foram abatidas
Para essa farra dos humanos
Que nem era debaixo dos panos
Vai chegar um tempo em que não haverá mais demanda pelo petróleo
Esse óleo que hoje é considerado ouro negro
Poderá até sobrar petróleo
Mas vai faltar o interesse por ele
Que passará a ser simplesmente um componente da natureza
Uma borra da Terra
Um coelho passa veloz perto de mim
Não é um coelho
É o moço que escolheu ser faxineiro
E consegue ser caprichoso e ligeiro
Uma das coisas que aprecio em minha casa
É uma porta de duas folhas
Uma de vidro outra de grade quadriculada de ferro
No tempo do calor
Durmo em segurança
Só com a grade fechada
Porque essa porta é do meu quarto
E dá vista para as estrelas…
Acabei de acordar, escrevi um pouco
Vou lá fora ver a vontade do dia!...

Euna Britto de Oliveira
BH, 13/11/2020

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.