Não dá pra contar nos dedos...

Euna Britto de Oliveira

Não dá para contar nos dedos o número dos que se afogaram no oceano
Nem mesmo os do último ano
Os que se afundaram em dívidas
Os que se perderam em dúvidas..
Todos os dedos do mundo são pouco
Para apontar as saídas aos problemas de cada um!
Labirintos dificílimos confundiram não só a Teseu
Continuam confundindo a muitos nos dias de hoje
Nem todos têm uma Ariadne para conduzir à saída do labirinto com um fio...
A vida por um fio
A vida por um frio
A vida e o vazio...
Debalde desce o balde para pegar água no fundo do poço
E matar a sede do pessoal da casa
O poço está seco
Em movimento pendular
O balde volta na corda
Quando a moça aciona a manivela ao alto do poço
O balde balança pra lá e pra cá!..
À moça inclina-se para olhar
E só vê a vontade de água
Não dá para contar nos dedos os que morreram de sede no deserto
Sem nenhum socorro por perto!...
Água boa é água na medida certa!

Euna Britto de Oliveira
BH, 27/11/2017

Envie este Poema

De: Nome: E-mail:
Para: Nome: E-mail:
Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.