Caju

Euna Britto de Oliveira

São inquietantes e aflitivos os frutos do cajueiro!...
Tantos e tão numerosos!...
Doces, vermelhos, suculentos,
de alta rotatividade na safra,
eu sofro a responsabilidade de colhê-los todos,
para consumir só alguns...
Não fazer nada com eles
seria desperdício,
mesmo levando em conta
a concorrência dos pássaros...

O socorro me vem do homem que adora tirá-los
com uma longa vara e uma redezinha na ponta ,
como a de pegar borboletas,
e tem o cuidado de guardá-los na geladeira.

Tentadores, provocadores dos passantes,
carne de caju de uma canção nativa,
com a resina de suas castanhas,
as meninas antigas faziam ou acendiam pintas na face...

Comprei um caldeirão GRANDE
como um caldeirão de bruxa,
para aproveitá-los em forma de doce,
o demorado calor do fogo lhes dará a cor de ameixas...

Essa fruta entrou com força em minha vida!
Essa fruta que não estava no meio do paraíso,
mas agora está!
No meio do meu paraíso particular!...

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.