De um pólo a outro

Euna Britto de Oliveira

Há quem crie galos de briga
e cães da raça Fila,
mas deseje um Labrador
em sua fazenda.
Labrador é mais dócil.
Fazenda é Fazendo – dizia meu Pai.
“Neem” – ô árvore bendita!
Veio importada da Índia
e se pronuncia “nim”.
Serve de agrotóxico.
Isso, em Goiás.
Fazenda de Sílvia e Francisco,
em Divinópolis de Goiás.

Belo Horizonte – Minas Gerais:
Plantão de flores,
de médicos e enfermeiras!!!
Sim, porque o ipê roxo
que avisto de uma janela
do Hospital Felício Rocho
é a árvore olheira da nossa dor,
e está repleta de flores!...
Chego até a janela,
e lá está ela, plantada!
A árvore quase lilás,
testemunhando os dias e as noites
que passamos com mil interrogações
sobre o que viria pela frente...
Sobre o que poderia acontecer com ele.
E aconteceu!

A janela abria uma tela.
À noite, as luzes da cidade
e as estrelas...
Durante o dia, carros subindo a rua
ou estacionados.
E o ipê roxo no pátio do Hospital,
preparando a saudade,
que também deve ser roxa.
Saudade que iríamos sentir
daquela Vida ali retida.
O sítio lhe preparou
e enviou esplendorosas orquídeas!...
Também roxas.

Antes de mudar para outro plano,
parece que a vida primeiro fica sonâmbula...
Em ambulatórios,
perambula a sina...
Confabulam os médicos...
E assinam.
Códigos
Símbolos
Sinos...

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.