Dona Maria benzedeira

Euna Britto de Oliveira

Uma choupana era o palácio de D.Maria...
Fazia orações para as pessoas que a procuravam.
Tornou-se o que chamam de “benzedeira”.
Orações bonitas, que rezava baixinho,
com o terço, imagens de santos, e um raminho...
Canalizava graças....

Depois de um derrame que a aprisionou a uma cama,
ao ser transferida para a casa do filho
casado com a dedicada Raimunda,
soube que deu “tchau” para a sua casinha de barro vermelho,
como os que conhecem que não vão mais voltar!...
Imagino sua mãozinha nesse seu gesto de adeus!...

Cordão de prata da vida cortado,
umbigo e corpo enterrados,
novos poderes ganhos, velhos poderes cessados...
As belas virtudes devem ter brilhado mais
que os naturais pedregulhos escuros,
na peneira que seu Anjo de Guarda se orgulhava em apresentar!...

Do lado de fora da casa, desempregados,
os mesmos matinhos crescem para benzer mais ninguém!...

Fiel intercessora,
Dona Maria deve estar diante de Deus,
louvando, dando graças e dizendo Amém!

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.