Rose de sable...

Euna Britto de Oliveira

Olha a chuva!...
Ela molha a terra e alegra as plantas!...
Cai e escorre pelos telhados
Jorra pelas calhas e preenche as falhas
Deixadas pelo tempo seco!
Reservatórios a postos!
Dengosas damas da noite
E fores-de-seda sedentas
Não recebem nem respingou
Em seus abrigos...
Brigam pelo sereno
E brincam de enfeitar palácios!...
Penso na Flor do Lácio
E desisto da "rose de sable"
De uma janela parisiense
Que respeitei e não trouxe...
Não era minha.
Renée, Leandro, Roberto Andrés...
Alguém se lembra daquela janela?...
Olha a hora no relógio!
Mal chega, ela vai embora!...
A espada que traspassa
Faz um furo no meu peito!
Ninguém pode enfiar o dedo,
O furo se fecha de medo!
Sou adulta nada estulta.
Só isto.
Só isto tudo!
De tão comum,
Nem sou caso para estudo.
Estronda em mim e se estilhaça
Um sentimento de posse.
Não existe mais.
Eu, sim, existo
E por amor eu persisto.
Anda, Deus,
Me ajuda!...

BH, 06/05/2015

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.