Saltos

Euna Britto de Oliveira

SALTOS
Já na antessala da vida
A poesia me comovia e movia
Convidava-me a dissertar sobre desertos
Longes e pertos
E sobre tudo o que haveria de ver face a face
Quando cada sol raiasse
E a vida ralasse a casca de sombra
Que sobra quando se nasce
Tentei gostar mais da prata
Mas gosto mesmo é do ouro
Salto a prata e gosto do cobre
Não fosse o azinhavre que o ataca
Ele teria sempre brilho
Salto o cobre
Solto tudo
E gosto do sol do céu que me cobre
E me descobre com tão sem-cerimônia
Perdida entre brilhos e foscos
Entre fugas e focos
Entre soltar e prender
Nasci para aprender
Altos saltos
Não se dão com saltos altos

B.Horizonte, 21/08/2014

Envie este Poema

De: Nome: E-mail:
Para: Nome: E-mail:
Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.