Paciências siderais...

Euna Britto de Oliveira

Vem cá, meu Pai!
Minha vida, por aí vai...
Escondido atrás do mês,
O estrondo do trovão
Que virá quando menos se esperar!...
Cobrem-me de estrelas as paciências siderais!...
Com que ferro vou passar a roupa que ninguém sabe?...
Fazer safári, não quero.
Nunca vesti um sari indiano.
Estremeci entre os extremos de mim,
Corri perigo, sim!
O homem colocou o tempo no bolso e foi brilhar em outro lugar!
Pintei de azul as unhas do tempo,
Fez frio dentro de mim,
Muito frio e calafrio.
Arrepiei-me!...
Arrependi-me!
Estendi sobre a relva o lençol branco e amarelo,
Antiga bandeira de paz da feiticeira.
Estava quente e esfriou,
Os móveis da casa estalaram.
Sei lá o que é?
De mim, de Minas,
As meninas sabem notícias.
Submersa, submeto-me,
Até que as muitas águas passem...
Olho para o firmamento,
Carinho o globo terrestre.
Faço força e peço força!
Eu não teria tempo de repetir
Todas as despedidas que já fiz na vida!
Uma por uma, foram todas sentidas!...

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BH, Maio de 2014

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.