Mangue

Euna Britto de Oliveira

Adventícias, as raízes das árvores dos manguezais
parecem aves pernaltas
quando a maré está baixa...
Caranguejos espertos não escapam da sanha dos pescadores,
que habilmente os pegam em seus esconderijos...

Esta noite, a lua cheia nasceu no mar vagarosa e grandiosa
como uma rainha!...
Mil vezes mais bonito e esplendoroso é o nascer do sol no mar!...
Como menino travesso, o sol pula de uma vez
no horizonte!

Desde o tempo dos faraós, os reis têm querido brilhar como o sol !!!...
Como teria sido viver no tempo de Cleópatra?...
Comer com educação seria o quê?
Boca fechada, silêncio
ou conversas paralelas?...
A etiqueta através dos séculos ...
E a trombeta que devia anunciar os grandes banquetes do rei Nabucodonosor,
o dos jardins suspensos da Babilônia...
A névoa nos olhos do rei teria ofuscado o brilho do seu império?
Mistério...
Gostaria de observar os soberanos quando dormem,
para ver se roncam!...
Os fuxicos e as arengas dos palácios podem fazer sofrer suas princesas,
podem fazer morrer suas rainhas...
Penso em Diana...
— “A guilhotina que pôs fim à vida de Maria Antonieta
é uma coisinha de nada e está toda enferrujada!...”
Disse-me meu marido, que a viu no museu,
em Paris.

Tudo se afunda no tempo,
como raízes no mangue!...
Ou “mangrove”, como chamam o mangue Edmée e Amélie, tia e sobrinha,
nossas amigas suíças, em inesquecível passeio ao mangue.
Escorregões...
Poses e fotos.


Pequenas expedições não desperdiçadas a beira-mar, em Nova Viçosa.
Brincadeiras, limitadas imitações do explorador dos mares,
Jacques Cousteau...
“Edmée Cousteau”, “Amélie Cousteau”, “Eu Cousteau”...
Custei lembrar o nome do homem!...
Custou!

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.