Desterro... e Refúgio...

Euna Britto de Oliveira

A coelhinha, debaixo da pata da onça,
Espera a hora do escape,
Do resgate pelo seu dono.
Não expressar sentimentos é morte acumulada.
Sem explosão,
Faço de cada mágoa uma canção,
Um exercício de perdão,
Uma vice-ressurreição!

Sei que ele está aqui a meu lado, o meu Anjo de Guarda,
O tempo todo, desde que comecei a existir...
A sós, nós dois, tento falar com ele, ter intimidade.
Chamo-o para um papo,
Mas não consigo conexão.
Se nem com meu Anjo de Guarda eu consigo interagir...
Preciso treinar mais, rezar mais!
Não para Deus ouvir,
Mas para eu ouvir Deus!

Se atearem fogo às galhas secas
Junto ao muro,
As chamas vão atingir os fios elétricos!
O dia em que bem entender,
O caminhão de lixo passa e recolhe essas galhas secas...
Ora, há fogo ateado em volta de mim!
Ora, há fogo longe de mim...
O fogo pior de todos queima dentro de mim!

Construí um oásis no meu deserto.
Em vez de água do mar,
Água de coco.
Faz tempo que a vida vem dando soco!...

Terra em que filho chora e mãe não ouve,
Terra em que mãe chora e filho não ouve...
Terra em que não falta quem chore...
Na terra simples, um mistério complexo.
Na terra firme, a vida cambaleante...
Na terra, o desterro...
E algum lugar de refúgio!...

Envie este Poema

De: Nome: E-mail:
Para: Nome: E-mail:
Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.