Alto-mar!...
Euna Britto de Oliveira
O cravo na minha mão é rosa no meu coração!
Deus transmuta!...
"Aqui se faz, aqui se paga"
Aqui se paga o pouco caso,
O descaso que se faz a quem se deve,
E a quem se faz pouco ou nada.
Falar o que não se deve, pra depois pagar a língua?...
Alto-mar e eu, à deriva...
Derivados do pó, destinados ao pó,
Os pobres e os ricos,
Os negros e os brancos,
Os de pouca idade e os de muita idade,
Os anônimos e as celebridades...
Juízos perdidos por causa de paraísos perdidos,
E vice-versa.
A porta pode ser larga ou estreita.
A curva ou a reta, conforme a estrada escolhida.
Encolhida ou escolhida, a alma!
Quem fez aquele filtro dos sonhos, fez mal feito,
Mas com tanta vontade de acertar e fazer bem feito,
Que até hoje ele enfeita meu quarto e meu pensamento
Com a lenda que a moça me contou sobre a origem dos filtros dos sonhos,
E veio agarrada nele...
Os monstros do mar estão presos nas grandes águas do oceano,
E representam ameaça só para os que vão lá!
Os monstros do ar estão soltos por toda parte!...
Invisíveis, confundem-se com o próprio ar,
E a ameaça é geral!
O que ainda vem, vai chegando,
Ainda não tomou seu lugar.
O que está nos afetando é o que está aqui, neste momento!
O que ganhei e perdi,
Eu não pedi e recebi.
A perda do que chega e vai embora
Faz-me sofrer pouco ou muito.
Se depender de Deus, não sofro nada!
O desapego protege!
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Belo Horizonte, 2009
Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.