Asas de barro...

Euna Britto de Oliveira

Meu tempo de viva nem sempre é excelente.
É assim, o tempo da gente.
Conheço pessoas de pés no chão,
Onde os meus não estão.
Tenho asas, mas de barro...
Barro nas mãos do oleiro, sou eu toda!
Não como os soldados chineses, de terracota.
Sou barro mole, maleável,
Sujeito a assumir novas formas.
Barro misturado com alma.
Barro soprado e animado,
Reponsabilizado pelo uso que faz dele a alma.
Fervo e esfrio,
E mornamente espio a cara do dia,
O mesmo que é dado para todos
E com o qual cada um faz o que quer, o que não quer, o que pode!
O que farei com o meu, hoje?
Sei que irei ao aeroporto,
A fim de acompanhar um anjo que se hospedou aqui em casa, com o nome de Luana...
Está voando para a Califórnia...
Ai de mim, se o Espírito Santo não me iluminar!
Barro animado, espaço, tempo,
Eis o que basta para o gerenciamento da felicidade ou do tormento.
Designada para existir na Terra,
Principio em dores...
Quem não tem ao Senhor, terá a muitos senhores!!!...
Deus tem especial cuidado com os órfãos e as viúvas.
Preencho os dois pré-requisitos, sou essas duas coisas.
Ele cuida de mim em dobro!!...
Mudar de situação é uma questão de tempo.
Há os que sustentam e os que são sustentados.
Há tempo para tudo – tempo para sustentar e tempo para ser sustentado.
Desabafar é possível.
Desabar é fácil.
Quero ver é equilibrar!

Eu sei o que se passa pela cabeça do meu Anjo de Guarda.
O tempo todo, ele só pensa em me proteger!
Que trabalho eu lhe dou!
Nisto, está seu mérito.
Se não lhe desse trabalho, seria sua colega,
E não sua custodiada.
Sem culpa, permito-me ser gente, com a companhia dele – meu Anjo de Guarda!
Que projeto enclausurado e encasulado eu sou!
Cura-me e liberta-me, Senhor!

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BH, 19/03/2010

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.