Com licença...

Euna Britto de Oliveira

Enrolo números em despalavras.
Embalo o futuro com papel de presente.
Passo batom na boca do passado
Para que ele sorria vermelho
Em vez de zangar-se amarelo.
Pode o mundo cor de rosa
Transformar-se em preto e branco?
E o preto e branco das fotos
Pode colorir-se de cores salvadas das enchentes?
Consigo vaga no primeiro avião que me distancia do não.
Amanhã é o dia mais próximo de hoje.
Ontem está mais longe, já é noite de hoje.
Faz frio em Paris
E calor em meu país.
Reúno roupas para a inesperada viagem
Que, ao final, não farei.
Flores francesas enfeitam o Père-Lachaise, maior cemitério de Paris.
Juntos, Sartre e Simone de Beauvoir descansam em paz
No cemitério de Montparnasse.
Do alto da torre Eiffel, a vista é de 360 graus,
Vê-se a cidade esbranquiçada.
De cera, o Sr. Eiffel e Thomas Edson,
Comodamente assentados, discutem assuntos do seu tempo.
A filha do Sr. Eiffel, Mlle. Eiffel, circula no topo da torre,
Em trajes de sinhá moça...
Entre os visitantes da torre,
Japoneses, russos, alemães, brasileiros...
O mundo é assim, cheio de gente e de espaços,
De possibilidades e embaraços...

Ulisses Guimarães não está em cemitério nenhum,
Está no mar...
Está na Historia do Brasil,
Com sua história lendária,
Com sua voz de gigante,
Com seus comprimidos de lítio...

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.