Castelo de areia

Euna Britto de Oliveira

Acho os castelos bonitos,
mas profundamente comprometidos com a igualdade humana!...
Um príncipe pequeno, bonito e bom,
coroado de cachos loiros,
tipo “O Pequeno Príncipe”,
escorrega de um dos séculos
e cai em minhas mãos!...
Dou-lhe tudo que tenho:
meu túnel cravejado de estrelas,
minha escrita espontânea,
meu colar de pedras raras,
minha fruta preferida,

a idéia de uma ermida,
uma cascata na mata,
uma moto cara ou barata,
a onda morna de uma praia da Bahia,
a areia, a lama escorregadia,
onde ele pode brincar de castelos
e fazer sua moradia...

Corta!

Cada monte é uma estripulia que a terra fez um dia.
A mina encerra um tesouro,
mas quem vai comer seu ouro?
Milhões de anos...
E eu com dificuldade para viver um só desses dias!
A cidade e seus recomeços e a idade em que não permaneço...
Eu deveria usar muito coral!
Para me lembrar que existe a cor,
existe a cobra,
existe o canto
e as jóias vindas do mar,
todas com o nome de coral!...

Quem tiver seus encantos,
que não conte a ninguém!
Senão, perde!

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.