Nuvens passageiras...

Ligeira homenagem a
Muriel Lúcia e Maurício Trigueiro



Com qual câmera tirarei foto da Monalisa
Quando estiver diante dela,
No quadro mais visitado do Louvre?...
Cabelo liso, dividido ao meio,
Da Vinci não quis Monalisa de tranças...
Numa parede brasileira, a lagartixa passa e não deixa rastro,
Deixa lembranças...
Se Muriel estivesse aqui, iria dizer que gosta de ler o que escrevo.
Costumava me falar que só gostava de ler os textos de
Letícia Thompson e os meus...
Mas seu gostar era suspeito, contagiado pelo seu gostar de mim.
Tão bem informada!
E agora... resguardada por Deus para não saber de nada.
Ninguém mais me fala onde há o melhor,
Nem qual é o melhor em mais nada!...
Estou com uma saudade danada da Muriel!
E com sentimento pela perda de Maurício Trigueiro,
Advogado, Professor,
Dono de conceituado Cursinho Preparatório para Concursos,
Em Belo Horizonte;
Bem sucedido, culto, bonitão, ainda jovem, educado,
E tão querido por todos,
Meu ex-colega de trabalho.
Enquanto eu viajava, ele se foi...
Que esses sentimentos não perturbem os dois.
Descansem em Paz, na glória a que o Senhor os chamou!...

Entrar num avião e cerzir a sorte esgarçada
Como as nuvens desarrumadas,
Num instante sobrevoadas!...
As dificuldades da vida também podem ser sobrevoadas,
Pelos que têm Fé!
Descontrair, vestir roupas casuais...
De bem com a vida, sorrir!...
Senhor, tira de mim a canga, o cálice, o engano,
Quero a libertação do pecado e seus encargos,
E dos encargos das instituições financeiras,
Que têm experiência milenar em lidar com números,
Enquanto a minha é o bê-a-bá...
Lido melhor com palavras.

Mesmo que se joguem palavras fora,
E lembranças, e roupas novas e usadas,
E tranças...
Os anos pesam!
Um peso interior, físico,
Uma ressaca da vida,
Humilhação inerente à carne,
Antevéspera da vida do espírito,
Que um dia será livre, ou não.
Vida que será plena, ou não.
Vai depender do que se faz agora, aqui.