Impunemente, fogem as horas...

Euna Britto de Oliveira

Palavras – um direito que minha alma quer!
Cadê a estrela que era para estar ali, e não está?
Atrasada, estréia uma energia nova
E se renova em banhos de luz!
Enfim, aparece a esperada estrela!
O céu pra ela sozinha!
As outras estão fazendo cera na cozinha...
Estrelas me confortam,
Ligam sinergia a meu paradeiro.
Viajo para o seu centro sem me importar com suas pontas!...
Quando volto, estou sem revolta.
No céu, astros em movimento perpétuo...
Aqui na terra, ninguém de 200 anos!
A coisa mais linda e mais próxima da terra é a lua.
De lá, não se enxerga nenhuma mulher nua.
Está longe o bastante para mostrar se é ou não é perfeita,
Mas bastante próxima para mostrar que é redonda.
Como a lâmpada do poste ilumina a rua direita!...
Virando a esquina, a rua escura, perfeita!
Crateras – quem não as vê em alguma superfície?
As da lua, misericórdia!
São todas feitas por encontrões de imensos torrões
Ou pedras caídas do espaço...
Ainda bem que por ali eu não passo!
O espaço me passa a limpo,
O tempo me destempera.
Números são dolorosos ou ardilosos.
Relógios parados – Apertos passados,
Partos acontecidos,
Portos distanciados...
Impunemente, fogem as horas...

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.