Vislumbre

Euna Britto de Oliveira

Alimentos inexistentes para as fomes existentes...
Abstinência, forçado jejum.
Um por um, acasalam-se os animais com seus iguais.
Os seres humanos, não.
Para que se acertem os pares,
É preciso acertar as almas.
Nem sempre uma alma encontra a outra alma
Que lhe convém.
Há o visitante que nem vem
Para o compromisso que nem há.

Cor de chuva miúda é a aparência deste agora.
Vislumbra-se, apenas, o que a paisagem oferece
De mais explícito:
O contorno das montanhas,
Os telhados coloniais das casas semeadas na cidade,
A torre da igreja,
A plataforma da estação de trem...
Sentimentos enraizados são abalados e retirados
Pela força do tempo.
O peito é pra ser destocado.
Destaca-se,
Ao longe,
Uma cruz numa torre quadrada.
Enquadram-se no devido artigo, nos devidos incisos da lei,
Os que cometeram crimes contra a vida.
Firmes, há dois mil anos,
Os olhos do Mestre
Focalizam a perdoada.
A vida prossegue, encantada...

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.