Lucro da noite

Euna Britto de Oliveira

Relógios, calendários, placas de distâncias...
Horas, dias, meses, anos,
Metros, quilômetros...
Vontades aflitas esbarram em limites, fronteiras, barreiras.
Para realizá-las, estará Deus desaprovando,
Demorando ou caprichando?...
Mesmo contrito,
O coração se atrita contra as pedras do caminho...

Nenhuma paz se encontra em cima do muro.
Definitivamente,
Tem-se de escolher um ou outro lado.
Não sei por onde começar a acabar com a guerra invisível e fria
Que deteriora a paz e adoece o dia...

Lucro da noite.
É prazeroso esse contato do corpo com o lençol branco que o cobre
E com o engomado do crochê que quadricula a colcha de cretone verde-claro.
Arranha um pouco, delicadamente...
É proveitoso esse sono perdido, se encontro palavras
Para brincar com elas...
Não sou chegada a palavras-cruzadas,
A nada que quebre a cabeça.
Para que validade de 41 anos para um produto,
Se nem eu mesma tenho essa garantia?...
De certas preocupações,
Esse pensamento me desvia...

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.