Bandeira branca
Euna Britto de Oliveira
Bandeira branca é o teu sorriso
Quando tudo mais é sério em volta de mim!
Leio versos de Elisa Lucinda,
De furiosa beleza.
Sério é o teu não-sorriso
Enquanto falas dos perigos que há na ante-sala do fim.
Esta noite, na cozinha, não há perigo de explosão.
Falta combustível, não há mais gás no bujão.
Ainda que a contra-gosto,
Farei segredo do teu masculino desejo.
Queria que fosse de domínio público o amor que há em mim.
Vou cozinhando a verdade em fogo brando...
Entrada franca são teus braços em arco
Para a liberdade da minha embarcação...
Bonito é ver um filho único sem a túnica dos poderosos!...
Vejo-te!
O besouro negro não pára de voar no quarto
Por causa da lâmpada acesa.
Nós dois gostamos de luz!
Nunca te vi franciscano.
Sempre estás bem-pronto, malhado, cheiroso...
Melhor me recolher com a noite
Que já estendeu seu manto de veludo negro
Sem estrelas mesmo!
Certas coisas boas, já nasci sabendo.
Outras, ainda estou aprendendo...
Se somes,
Fico remoendo..
Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.