O termômetro

Euna Britto de Oliveira

Vertical, importado e simples,
Continua no lugar onde ele o fixou
(Na parede, próximo à face externa
Da porta de entrada do principal quarto do sítio),
No tempo em que ainda podia medir até sua própria temperatura!
Parou de poder.
Ganhou outros poderes...
Sua temperatura é coisa do passado.
Seu temperamento é coisa do passado.
Temporário corpo.
Hoje, por exemplo, chove!...
E a temperatura ambiente é de 22 graus.
Já no sonho que o menino Diego teve com ele,
A escada até o céu era de ouro
E tinha infinitos degraus...

Se pensar muito, anoiteço.
Se não pensar, eu não cresço.

Querer ver do outro lado do véu – velho desejo humano.
E impossível.
Se houvesse um termômetro para medir este meu desejo,
Ele atingiria o grau máximo!

— "Quando eu crescer, se eu for Jornalista,
Prometo que vou colocar este seu poema na revista,
Na capa da revista!"
Diz-me Luísa,
Neta dele e minha,
Em seus sete anos de olhos verdes...
— "Você faz poesia muito bem, Vó!
E eu me machuco muito bem!"
Luísa é linda,
E não pára de me medir...

Já Vitória,
Três anos de cachinhos de ouro,
Não pára é de perguntar por meu Pai,
Que ela não conheceu,
E está no céu...

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.