Meu Para Casa...

Euna Britto de Oliveira

Meu Para Casa é ver as uvas maduras e tentar colhê-las.
Se não conseguir, direi que estão verdes!
Aprendo uma boa desculpa com a raposa da fábula de la Fontaine...
As folhas todas estão verdes, e mesmo assim colho algumas.
Em se tratando de folha, quanto mais verde, melhor!
Do mundo feito por senhores,
Do muro feito por escravos,
Eu trouxe duas pedrinhas
Que coloquei na gruta de Nossa Senhora,
Em memória dos escravos que viveram na região,
Especialmente na intenção dos que fizeram o muro bicentenário...
Tocaram essas pedras com suas mãos...
As pedras escravas induzem-me a incluí-los em minhas preces.
De pedra, também, os corações de alguns senhores...
Seduzem-me as histórias do tempo antigo.
Reduzem-me à expressão mais simples,
De espectadora!...

Três tucanos e seus grandes bicos coloridos
Bicam minha vontade de fotografá-los!
Tucanos e araras enfeitam as matas
Que os homens devastam sem a menor piedade!...

Rainhas não costumam adotar filhos,
Crianças de outros sangues...
Mas a Rainha na qual penso agora
Adotou a humanidade!...
De onde vem a sincronicidade?...

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.