Penas

Euna Britto de Oliveira

Partilho da tortura
de Anchieta,
Preso entre os índios,
precisando transcender a dura realidade,
recebendo a inspiração
e sem lápis nem papel
para escrever seu poema...

Com estilo próprio,
com improvisado estilete,
ele arranha na areia da praia
um poema à Virgem Maria.
Quinhentos anos depois,
esse poema resiste!...
Êh, Padre Anchieta!
Parece até que eu estava lá!
De vez em quando, um poema me pega
do mesmo jeito: desprevenida,
sem papel, sem lápis, sem pena, sem caneta,
sem alguma coisa que escreva,
sem areia de praia pra extravasar...
E a tábula rasa da memória
não dá conta de registrar...

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.