Residual

Euna Britto de Oliveira

É madrugada.
O celular me acorda,
Não é ninguém.
Toque de engano.
Mas o meu sono é um cigano...
Levanta-se do nosso acampamento
E vai embora...
Sem ele, que me entontece,
Vou fazer o quê?
Começo a escrever...
Escritos também entorpecem...

Corre a fera atrás da presa...
Uma prega na terra esconde o ouro maciço
Ou um destino aurífero;
Uma falha geológica no oceano esconde um maremoto
Ou um terremoto mortífero.
Futurólogos arrastam a eternidade pra cá!
Antropólogos descobrem fósseis...
Cientistas fazem o teste de carbono 14
Para determinar a idade desses fósseis...
Retratos antigos mexem comigo,
Principalmente os de pessoas que nunca vi.
Como puderam existir?
Que hora existiram, e onde, que não vi?
E os quadros a óleo de passados reis e rainhas,
De nossos Imperadores?!... – Nunca mais
Pintor algum contemplará seus modelos!...

Minha mãe já está mais nova do que eu.
Estranho tempo,
Que faz isto acontecer.
Tamanho espaço
Que cabe o universo sem encolher.
Foi sem escolher que vim nascer aqui
E este virou o meu País!
Mas quem sou eu para afirmar
Com certeza absoluta
Que não fui eu mesma que o quis?...

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.