CHEGANÇA

Claudia Gadini

Chega o tempo onde nada é concreto
milenares futuros estagnados
nessa não-hora onde tudo é tão quieto

Chega o canto de acordes rasgados
quartetos envoltos em cordas
de amarrar navios soterrados

Chega o instante que não se via
e se avia o arco da madrugada
atento ao silêncio da cotovia

Chega enfim o corpo de não-estar
na aura dessa alma irrestrita
forjada na pira infinda do meu olhar

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CLÁUDIA GADINI - Rio de Janeiro
Publicado no Recanto das Letras (site: www.recantodasletras.com.br), em 20.08.07.


PERFIL DA AUTORA:

"Escrevo por puro transbordamento. De tudo o que se expande em meus labirintos, e aflora. A dor, o riso, o momento reflexivo... e meus campos de girassóis.

Meu mundo vertendo aquilo que existe interno, e tende a ser maior que eu mesma. Por isso me extendo Universo afora. Deixo indícios de mim por onde passo. No eterno encanto de saber-me aqui. E agora. O Amanhã é abstração.

Construo com palavras meu caminho. Sigo nessa jornada.
Respiro nas entrelinhas. E vivo. Intensa até o fim.
Deixo o desnecessário para trás. E fico leve.

E diante do Nada - que é o Todo Absoluto - direi :
" Eis-me aqui, vazia e pura. Enfim aprendiz de teus silêncios. "

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.