Sem soberba

Euna Britto de Oliveira

Minha Mãe não era soberba, era sábia.
Quando o caranguejo mortífero e traiçoeiro,
Saído não sei de onde,
Se atracou a seu seio,
Que teve de ser amputado,
Ela quis viver assim mesmo...
Ela quis viver com um seio só,
Com um olho só,
Com um desejo só!
Quis viver
De qualquer jeito!
E, mesmo sem ter jeito,
Abrigou-se até o fim
Na varanda da esperança...

Ela teria querido viver
No pedaço de corpo suficiente para carregar alma,
Uma alma boa,
Que teria sido tão bom para nós
Seus filhos,
Se tivesse ficado...

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.