Latência

Euna Britto de Oliveira

Róseos, sem pêlos,
Filhotes de ratos são tão lindos!
Parecem mini-porquinhos recém-nascidos,
Que também são cor-de-rosa e sem pêlos...
O próprio rato adulto é interessante,
De “design” inconfundível,
Espertíssimo, olhinhos brilhantes...
Não fora sua ingrata vocação,
Sua terrível transmissão...

Mescla de fibra e sensibilidade,
O coração é feito de músculo másculo
E de muita vontade de viver!
Incansável,
Bate, bate, bate...
Mesmo quando calejado,
Lateja, peleja!...
Motor sagrado
Em que a vida veleja...

Se for pra contar até mil,
Qualquer criança se cansa!
A não ser que sejam moedas...
Crianças gostam de dinheiro!
Sabem que serve pra comprar sonhos
Chocolates, algodão-doce, doces
Ingressos para brinquedos nos parques
E pra fazer folias nos Shoppings...
Com o dinheiro,
Muitos adultos compram dívidas, dúvidas...
E até mesmo dádivas!!!...

Esta noite, dormi num colchão novo,
Numa cama nova,
Na forma da lei.
Transita em julgado
Mais uma ação que eu não sei...
Estréio um sonho,
Rastreio a felicidade num labirinto infinito...
A simplicidade facilita a vida.
Sou simples.
Mesmo assim,
Minha vida não é fácil.
Busco-me...
Deus sabe onde estou
E quem sou.
Só Ele me completa.
Sou uma de Suas sementes de girassóis...
Mesmo enquanto semente,
Só existo voltada para Ele!
Seu resplendor me aquece
E Seu Amor não me esquece.
Básica, fásica,
Com Seu termômetro, mede minhas febres...
Com Seus palmos, minha vida!
Latência.

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Ilustração:

Girassóis - do artista Charles Beck Woodcuts
Fonte: Internet

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.