Padre Anchieta

Euna Britto de Oliveira

Padre José de Anchieta,
Aquele poema que escreveste à Virgem
Numa hora de mística inspiração,
Sem pena e sem papel,
Que a areia da praia e tua memória acudiram
Para que não se perdesse...
Plasma-o de novo na película de nossas mentes
No granito de nossos corações
Para que nunca sejam esquecidos
Nossa Mãe e nosso Poeta!...

José de Anchieta, Apóstolo do Brasil,
Amigo dos índios,
Primeiro Professor brasileiro,
Tu, que ensinavas a fala do branco,
Catalogavas a língua Tupi,
Cantavas, contavas com os curumins...
Tu, que lhes falavas do poder da oração,
Mais rápida que a flecha do guerreiro,
Maior que a ordem do pajé,
Mais simples que o pó do feiticeiro...
Mensageira audaz que fura a nuvem espessa,
O espaço, a desesperança
E todas as barreiras!...
Pequenina voz que ecoa no céu, feito trovão,
Primorosa reação que submete as forças da natureza...
Tu, José de Anchieta,
Que tiveste, em vida,
O dom da oração,
E não precisas de telepatia
Para nos entender
Porque sabes Português,
Atende às preces dos brasileiros,
Esses remanescentes de teus silvícolas,
Por qualquer glóbulo sanguíneo
Que ainda nos reste deles!...
Estás aqui, desde o Descobrimento.
Nós é que precisamos te descobrir!
Que nos guardes a todos
De todos os males, do corpo e da alma!
E que na eternidade
E desde já,
Ainda na massa, na matéria,
Na imensa messe, possamos celebrar contigo
Como coroinhas
A grande Missa da Redenção!
Padre José de Anchieta,
De brasileiro, tiveste a vocação!...

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.