Beijos

Euna Britto de Oliveira

Foi quando a vida estava ruim demais
Que nem rezar resolvia
E morrer, eu não morria...
Foi aí que desandei a escrever!...

A Caridade Maior me conforta com abstrações
Em vez de distrações...
Estou para descobrir outro jeito.
Quero pisar na terra
Atolar o pé na lama
Enfiar os dedos na areia
Comer doce de manga
Não ter de arregaçar as mangas
Andar sem mangas, de vez!
De vez em quando, a minha casa tem medo e fica grande demais!
A flor que mais me socorre é o beijo.
Sem cerimônia pra pegar,
Nasce em qualquer lugar
E qualquer galhinha pega!
Beijos vermelhos – tantos!!!...
Que eu nunca conseguiria dar!
A planta quer me humilhar!

Persegui o ponto negro do lençol
Pensando que fosse uma pulga.
Não pulou, não era pulga.
Estava preparada para pegá-la!
Quando a gente quer que seja e não é
E é melhor não ser
Mas mesmo assim a gente quer!
Se não acontece,
Frustra...

Confortar-se para confortar
Confortar para ser confortado,
Eis o ciclo.
O jeito que a força se engendra
O engenho que mói a cana
E dá a garapa,
Há séculos...

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.