Capaz de Vitórias!...

Entre outras coisas, uma me vai bem:
Deus me devolve às rodoviárias...
Viajo de parelha com a nuvem!
Nós, passageiros,
Corremos mais do que ela...

Vejo, de novo, os homens que se deslocam
O motorista e o trocador
As moças sérias e as assanhadas
As pessoas de pé
E as assentadas
As bagagens
As mochilas, as malas
Os homens negros das nunca mais senzalas...

Minha penteadeira é faladeira feito ela só!
Está me contando que não estou só.

Calangos, há tempos que não os vejo,
Nem jacarés,
Verdes...
Persigo a pulga e ela me ilude, a danadinha!...
Minúscula, mas tão sabidinha!...

Limpo as escórias e começo as estórias...
Falo de cada vida como capaz de vitórias!
O hibisco, por exemplo,
Pode reinar nas memórias
De uns moradores de apartamentos
Que olham com nostalgia,
Por já terem morado no largo um dia,
As casas, a calma do espaço
E os muros cobertos de flores...

—“Sei de uma mulher que recebe forças” – disse-me alguém.
E quem é que não as recebe? – Pensei...
Se não recebesse, quem poderia andar
Ou ao menos piscar um olho?
Sempre, quem pede está carente, incompleto.
Favorecer com favorecimentos legítimos
Melhora a história!

Uma noite, perdi o sono
E, para não perder tempo,
Pedi a Nossa Senhora
Para visitar a casa da lavadeira
E também a da empregada.
Tenho certeza de que Nossa Senhora realizou essas visitas!
Nunca fui boa para atirar pedras
Com que se derrubam frutas das árvores...
Mas atirar palavras, eu sei.
Em boa percentagem,
Atingem o alvo!
Quem está com Deus
Tem de continuar com Ele!
Para ser salvo!