A hora permitida
Euna Britto de Oliveira
Canoa, a lua.
Canora, a ave.
Cuidadosamente, caminho sobre espinhos e esperas...
Lanço a rede onde há peixes grandes e pequenos.
Minhas paisagens
São meus descansos e meus venenos.
Do jeito que aparece, você desaparece...
O certo é o só,
Do jeito que já agüento!
Antes que passe a hora permitida,
Com as mãos livres e o coração ocupado,
Sem você a meu lado,
Quero usá-las para dizer que sou sua
Como fui sob o céu sem lua e sem estrelas,
A rua iluminada!
Sua voz me disse que voltaria...
Emocionada,
Completo-me com o emocionante
Que é a pressão dos dias de nossos anos distantes...
No mês de abril, não há frio, há você!
Amoroso espaço
De onde minha alma evola
A fim de buscar e trazer ramos de louros
Para coroá-lo, enfim,
Meu rei
Minha raça
Minha floresta negra
Onde me perco
Para me encontrar!
Suado, cansado, sarado, sensual e apaziguado...
Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.