Um apelido...

Euna Britto de Oliveira

Mal respiro um pouco do vasto ar,
Do oxigênio puro...
Não inauguro a fonte artificial
Por falta de clima.
Para mim,
Água rima com calor
E frio com desamor.
Tenho saudades, sim,
Do fogão de lenha
Em que cozinhei por esporte
Das panelas grandes
Das vizinhas humildes
E das margaridas da beira da piscina.
Muitos dos nossos já morreram
E nenhum deles me ensina...
Se morrer for o que andam especulando,
Depois do túnel,
É uma maravilha
Para os que se vão!...
Para os que ficam,
A impressão é péssima!
Também, se for bom
E se vissem que realmente é bom,
Não ficaria ninguém aqui!
Deus sabe o que faz!

Minha certidão de idade
Em inteiro teor
Para mim
É uma linda crônica!
Chega meu Pai
Um mês depois de meu nascimento
Para declarar minha existência.
Não o fez antes
Por causa da distância
E outros motivos menores...
Lavra-se a ata
Cumpre-se o ato.
São testemunhas um
Comerciante e um
Artista,
Não sei de qual Arte!...
Nasci,
Fui registrada,
E, antes de mim,
As coisas já eram como são.
Depois de mim, as coisas continuarão como estão.

Morrer é o apelido de um mistério.

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.