Palavras e “paragliders”...

Pairam palavras sobre mim
Como parapentes,
Ou “paragliders”...
Descem as palavras...
Ah, se os Anjos me dessem
O décimo da felicidade em que penso agora!...
Do pico do Ibituruna,
Descem “paragliders” em Governador Valadares.
Como parapentes nos céus de Valadares,
As palavras que me sobrevoam
São descendentes de palavras bárbaras
E civilizaram-se.
Falam línguas modernas.
Se uma palavra me toca,
Alguma música reproduzo.
Sou um instrumento à disposição das rosas e dos ventos...
Vibrações que me tocam
Descansam em novas canções.
Tenho um negócio de fazer poesia.
Se pudesse musicar pedidos de socorro,
Eu lhes imprimiria alegria!
Um ritmo novo dei à minha vida.
Viajar de ônibus pode ser antigo,
Mas gosto!
Os motoristas de ônibus são muito “praticosos”...
Bem aventuradas as velhas estrelas desta nova noite!
Nessa cidade quente,
Um certo primeiro pernoite para um corpo que já foi quente
E agora é frio...
Chovam bênçãos de luz sobre o mundo inteiro!...
Hoje, ganhei uma bandeira do Brasil.
Meu país tem um sol que me livra do frio.
O Canadá pode estar a poucos quilômetros do céu, de tão bom!
Mas é no Brasil que tenho minhas raízes.
Quero emigração para os meus, não.
As guerras empurram os povos para o lado da paz.
A seiva da vida me empurra para o lado de um único rapaz!
Sei que ainda preciso doer mais!