Desdobramento

Euna Britto de Oliveira

Há coisas malditas não ditas,
há coisas benditas que precisam ser ditas!...
Aspergirei teus caminhos com água de rosas do Chile
e ramos de manjericão ...
Para os teus carinhos, aprendi um novo perfume que passei a usar: Fahrenheit.
Forrarei tua cama com uma colcha de fuxicos,
aqueles pedacinhos de tecido redondos, franzidos, coloridos, emendadinhos,
de efeito caleidoscópico...
Cama é lugar de sonho,
de cochichos...
De colorido típico, o sonho não é mesmo utópico?
Cama é lugar de toque.
De movimento instintivo,
o toque não é mesmo tópico?...

Não há cochilos de santos, eles te ajudarão!
Sinalizarei com bandeirinhas vermelhas
os lugares perigosos que deverás evitar...
Paulo e Manuela fabricarão aparelhos de massagens
e com eles massagearei tuas costas,
teu ombro, tua nuca, teus braços, teus pés...

Meu Deus,
estou prometendo isso a quem?...
Não tenho mais ninguém.
Agora, que ele se foi,
não quero ser viúva-alegre nem viúva-negra.
O azul hortênsia desempata o impasse.
Minha capacidade de carinho vai ser destinada
aos que eu encontrar pelo caminho:
Pobres, ricos, brancos, negrinhos...
Pois até um copo d’água que se der a um deles
não será como dar a Ti, Senhor?
Se Tu me desdobrares,
serei capaz de abraçar o mundo!...
Se Tu me iluminares,
saberei reconhecer minha parte.
Gostas de mim.
Gasta-me!

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.