Novidade (2)

Euna Britto de Oliveira

Quando tudo está muito igual
E velho, desbotado e cansativo,
Acontece aquela diferença colorida
Estimulante
Contrastante
Alguma coisa que me sacode
E me acode
Gratifica-me,
E me salva
De morrer de tédio...
É a novidade.
A motivação!

Depois, vai ficando amiga, antiga...
Sem mais mistério a ser desvendado
Desgastada, pobre e sem graça.

Aí, eu volto para o meu canto
Com meu desencanto.
Até a próxima novidade chegar,
Quando corro para outra a encontrar,
Fingindo que nada sei
Sobre desinteresse...
A respeito de transitório...

Eu gosto da novidade
Enquanto ela possa assim se chamar.
Novidade pode ser uma carta
Um e-mail
Um livro
Uma flor
Uma roupa
Um espaço
Um carro novo
Uma nova medida no corpo...
Novidade pode ser tudo aquilo
Que, por ser tão bom,
Nem esperado era!...
E chegou pra ser!
Um apelo aos sentidos
Um momento fugaz de transparência
Quando se pode ver
Uma criança embutida no adulto!

Novidade – gosto do novo
Marca de povo
Puro consolo
Pra quem só queria mesmo
Era o bem maior,
O permanente e pleno gostar de alguém
E ser gostada,
Sem parar!...

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.