O quadro-negro

Euna Britto de Oliveira

Esta lembrança me faz muito bem,
Esta lembrança de emoções e reações...
Olhar turvo e limpo
Sensibilidade
E habilidosas defesas...
A simples lembrança me basta.
Compensações para o espírito
Em lugar da carne
Que não teve o direito...
Sublimidades irrepreensíveis
De intocáveis conjuntos binários
Fechados entre parênteses, colchetes e chaves.
Dois impossíves momentos
De um produto cartesiano.
Invencíveis desertos e caravanas sem fim...

Isolados, três reis magos seguindo a estrela...

Uma pirâmide e a esfinge.
Indevassáveis mistérios,
Fugas que salvam.
A esfinge...
Quem finge pra mim?
Uma escola
O quadro-negro
A esponja
O giz
O aprendiz
E os jardins
Com seus jasmins...

Esta lembrança me faz muito bem
Ou finge que faz?
Pois deixa ressaca e frustração...
Um quadro-negro
Escrito em branco
Antes do começo - FIM.

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BH - 11/04/1980

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.