Pressões

Euna Britto de Oliveira

A pata universal do medo
Prende meu pescoço
Corta meu fôlego
Quer me reduzir
A pálidos músculos
Distendidos...
Conheço os olhos medrosos
Porque conheço os meus.

Fora de mim,
As borboletas prontas, as lagartas e os casulos...
Vejo-os na ordem inversa.

Dentro de mim,
Uma bolha abstrata que me maltrata,
Ameaça expandir-se e
Explodir-me!
Paixões guardadas a seco
Liberdades cerceadas
Entojo de mulher grávida
Gravidez pisoteada...
Mais precisamente,
Coração contrariado,
Gosto
Por
Gosto
Posto
De lado;
A inaudível canção dos oprimidos
O cansaço dos vencidos
O fato consumado.

BH - 1980

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.