ARQUIVO MORTO
Paulo Nonato Passini
Todo grande amor que fenece
Deixa sempre uma herança doída;
Para um a ilusão se desvanece
Ao outro resta uma ferida;
Há então um processo difícil
Na partilha dos estilhaços:
Um carrega o peso da culpa
O outro recolhe os pedaços;
O tempo-juiz profere a sentença
Mas não condena nem absolve;
Cada um que chore o quanto pode
Até buscar o recomeço!
Os autos do processo extinto
Com os registros da felicidade perdida
Tomam lugar no arquivo morto dos desenganos.
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Ilustração: Lacrima -
Fonte: Google
Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.