A LAMPARINA AZUL
Maria Amélia de Carvalho Lima
Eu me lembro... Era pequena.
Acordava dentro da noite e tudo estava escuro em meu quarto.
Eu sentia medo e frio.
Punha-me então a chorar...
Você, mamãe, logo chegava.
Tomava-me em seus braços, acendia a lamparina azul,
enxugava as minhas lágrimas.
E assim, eu não mais sentia medo nem frio.
E parava de chorar.
Cresci.
Mas mesmo assim a vida muitas vezes apresenta-se escura para mim.
Tenho pessoas à minha volta.
Mas nenhuma sabe aquecer o frio da minha alma,
e a Lamparina Azul jaz apagada
porque você não retorna para acendê-la.
E assim, mamãe, estou sempre a sentir medo e frio,
porque só você sabia como me aquecer,
dissipar o meu medo,
e enxugar as minhas lágrimas.
E como você se foi,
e como a Lamparina Azul jaz esquecida,
e como ninguém mais a acende para mim,
Eu permaneço a chorar
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Autora: Maria Amélia de Carvalho Lima - RECIFE - Pernambuco - Brasil
Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.