OCO

Helder Machado

Oco
Vácuo
Lacuna
Um buraco negro
Sem cor e apático
Assim bate meu coração
Desde que eu só sou eu
E você é só você
Não me permito mais pensamentos
Carinhos, contatos nem telefonemas
Cada um sabe a dor se sofre seu amor
E eu não quero mais sentir
Prefiro partir
Não ver
Não dizer
Não ser
Nem saudade me permito mais
Nem que você ainda habite meio milímetro sequer
Do nababesco palácio que ainda tens
Nas imediações de meu coração
De tempos em tempos me permto apenas exorcisar
Expulsar você, meu demônio predileto
Da sagrada paz de minha vida
Mas só de tempos em tempos...
Como que eu pude cair neste clichê?
Eu amor você
Eu amar você
Eu querer você
Eu morrer por você
Primitivo como grunhir
Desgastado por muitos em todas as épocas
Facilmente repetido por qualquer cantor de FM
Mas eu ainda te amo
E nada vai tomar seu lugar
Porque ele está vazio mas nunca vago
Continuará aqui pra você
Por quanto tempo você quiser
Para quando você quiser voltar
Para quando você um dia estiver sozinha
E acho que só assim você deixará eu ser seu
Porque você ...
Nunca minha será.

Anápolis (Goiás) - 20/08/2005

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.