O CEDRO DE DEUS

Celeste Aída de Assis Foureaux

Contaram-me uma vez . . .
que lá pras bandas do Oriente,
num dia terrivelmente quente,
a noite caiu de uma vez.
As árvores contorcidas se dobravam
e com o uivo do vento,
parecia que choravam.
Os lindos cedros do Líbano,
– pois era lá o palco da história –
mexiam-se de pavor
numa triste luta inglória.
E assim . . . veio a tempestade
e arrasou a humanidade!
“Essa mesma que ultraja a Deus toda hora
por tudo que faz, por qualquer coisa, por nada”.
Numa luta incessante e louca,
com seu perene suicidar aos poucos,
infrutífero confronto de raças
que jamais acabará, nós sabemos,
querem terra, querem paz, querem guerra . . .
E só Deus pode dizer se um dia isso encerra!
Então . . . caiu o céu sobre a terra!
E lá . . . naquele mágico lugar tão sofrido,
depois de tudo se acalmar,
surge um lindo cedro atingido
– porém vivo e sobranceiro –
por um raio mensageiro,
pois ficou clara a intenção do Pai
ao esculpir seu Filho crucificado
no imenso tronco quase partido ao meio,
como a avisar ao mundo: “Cuidado!
É Minha terra, é o miolo do mundo.
Aqui meu Filho nasceu e foi desprezado”.
Linda terra das mil e uma noites,
também indiscutível campo minado!
E lá . . . bem no meio do mágico Oriente,
aonde a guerra vai e vem sempre quente,
continua o cedro de Deus a nos lembrar
que Ele olha sempre por nós
e pelos pobres guerreiros inocentes,
crianças a atirar e se perder precocemente.
E quem for o causador de mais tristeza
eternamente vai sofrer, vai pagar . . .
Com certeza!

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.