Pequenos recessos do chão

Euna Britto de Oliveira

Ah, como a riqueza cansa!
Tanto que administrar!
Como a pobreza amansa!...
Tanto que suportar!...

Tudo pode acontecer.
Só o que não pode é permanecer essa tristeza!...

As jóias partidas, levei para emendar.
As sedas do oriente, tive de costurar.
As tapeçarias,
muito mais que sobre elas,
pisei o chão
para escolher,
até gostar
e comprar.
Quase tudo infinitivo.
Quase tudo infinitamente trabalhoso e vão,
insensato e oco.
Nem as jóias, nem as sedas, nem a lã me consolam.
Estou pobre de paz, de amor, de valor...
Desconfortavelmente chã.

Subo em meu Tapete Mágico
e vejo tudo de cima.
A visão do todo me sobra.
A sombra do nada me assombra.
Nem sinal de ouro, nem de seda, nem de lã...
Nada se vê, do que está guardado nos cofres,
nos Bancos, nos esconderijos mais recônditos das casas...
Vêem-se apenas a faina, o afã, o transitório, o ilusório.
E onde Deus é, há o esplendor!!!...

Adeus, tristeza!
Meu Tapete Mágico, até breve!
Gosto de ver em você!
Gosto de ter você.
Não posso ser sem você.
Moro em Belo Horizonte há mais de seiscentas semanas.
Visito a Perfumaria Lourdes e as Casas Pernambucanas...
Distrações...
Abstrações...
Não pra fingir.
Não pra fugir.
Energização!
Para aguentar continuar!...

Belo Horizonte, 22 de novembro de 1980
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Ilustração: Tocha Olímpica
Fonte: Google

A primeira aparição da Tocha Olímpica aconteceu em 776 a.C., quando foram realizados os primeiros Jogos. De acordo com os historiadores gregos, houve um sacrifício de uma centena de bois a Zeus, e um sacerdote permaneceu dentro do estádio com uma tocha erguida. No final da prova da maratona, o vencedor acendeu, com a Tocha, o fogo do altar para o sacrifício dos animais. E, em honra a Zeus, a chama só foi apagada no fim dos jogos.

A Chama Olímpica era tão sagrada na Grécia Antiga que as virgens dedicavam suas vidas para mantê-la acesa até a eternidade. Para isso, elas utilizavam um crisol (recipiente usado para experiências químicas) com grama seca no seu interior para concentrar os raios solares e acender a chama.

Em 1896, cerca de 1500 anos depois do imperador Teodósio II ter ordenado a interrupção dos jogos, o francês Pierre de Fredy - o barão de Cobertin - reiniciou a tradição desportiva coordenando os primeiros Jogos Olímpicos modernos, em Atenas, na Grécia. Na ocasião, a cerimônia de acendimento da Pira Olímpica por intermédio da Tocha foi reavivada e, desde então, a chama olímpica fica acesa do início ao fim dos jogos.

Na Era Moderna, o significado da Tocha Olímpica ganhou um novo valor. O revezamento de atletas para conduzir a Chama Olímpica ao redor do mundo não representa apenas o ato simbólico de passar a Chama Olímpica de mão em mão, mas sim a celebração da passagem da chama sagrada de um lugar para o outro. A chama agora simboliza a luz do espírito, o conhecimento e a vida.

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.