Brilhos do silêncio
Euna Britto de Oliveira

O assoalho da casa brilha,
As panelas de alumínio brilham,
Os espelhos brilham
E os olhos das meninas sonham...
Atormentadamente, busco a ponta da meada...
Frios de março,
Fontes vagarosas levam restos do que foi planta,
O mundo enrolado como um mapa,
O medo ajoelhado como um monge,
Feitiço na encruzilhada do caminho,
Canoeiros ganham a prova
E há a desova dos peixes...
Números é o que somos,
Felicidade é inconcebível
Nas mãos de quem se vir obrigado
A deixar de ser rei!...
Pude ouvir a música,
Ver as formas e as cores da lei.
Sinto muito! Não calei, não menti.
Mas não contei!...
Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.